sábado, 27 de março de 2010

Infância

Numa noite quente de verão uns noivos casam-se por pura paixão.
Eu observava toda aquela liturgia ora sagrada ora teatral.
Em certo momento meus olhos param numa criatura lindíssima. Morena, pele jovem, firme, viva.
Os mesmos cabelos longos e negros da infância. Os mesmos olhos festivos e o sorriso de boneca.
Linda, acompanhada do esposo e dos filhos.
Em minha memória um filme de longos anos passados.
Ela era a menina mais bonita da escola. Aquela que os meninos amam e as meninas querem ser "melhores amigas".
Tinha outra, essa possuia toda uma coleção dos contos maravilhosos: Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho... eram exemplares magicamente coloridos que nos encantavam todas as tardes daquela infância tão distante.
Mas a menina mais linda eu nunca me esqueci, pois essa povoava minha lembrança de uma beleza morena. De algo quase surreal. Não a vi crescer. Não cultivamos a amizade nascida no começo da vida. Mas revê-la me fez passear por vielas abandonadas há muito.

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