terça-feira, 30 de junho de 2009

O sonho

Tal qual passarinho no ninho,
protegido, escondido, dormindo.
Estava em sua cama o menino sonhando.
Sonhava com uma bola azul.
Havia dias esse sonho o perseguia,
queria realizá-lo de qualquer maneira.
A mãe, ocupadíssima, do oficio de ser mãe
mal tinha tempo para ouvir o pedido do menino.
A bola o chamava para o jogo todas as noites
e quase sempre ele não conseguia tocá-la...
E assim foi por semanas intermináveis.
Num dia frio qualquer,
enquanto iam a padaria,
o menino avistou ao longe um ambulante que vendia bolas muito coloridas.
Correu em disparada ao encontro dele.
Moço, disse o menino enquanto retomava o fôlego, eu quero uma bola azul.
Ah, responde o ambulante que não conhecia os sonhos daquele menino, não prefere uma toda colorida?
Não, desejo uma toda azul. É meu sonho!
E lá estava, era linda, como se sorrisse de maneira encantada para o menino.
A mãe, apressada, pagou pelo sonho.
Já em casa o menino brincou horas e horas esquecido no jardim.
Conseguia enfim tocá-la a fazendo sua.
Realização de um sonho.
Chegando a noite, a cumpridora do ofício, grita que é hora de parar de brincar.
O menino, já cansado, pega seu sonho azul, olha com toda ternura, e a chuta para um canto esquecido no jardim.
O sonho, lentamente, chega a seu destino.
Ficará esquecido perto da bola amarela, e da vermelha, e da roxa, e da branca com estrelinhas pretas...

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